Espiritismo Ciência: 2011

terça-feira, 12 de julho de 2011

Encarnação: escolha ou imposição? - segunda parte

Este artigo é continuação de um artigo anterior.

Pelo que pude constatar no Livro dos Espíritos:
  • Entre as diferentes espécies de seres corporais, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que chegaram a um certo grau de desenvolvimento, o que lhes dá superioridade moral e intelectual perante as demais.
Portanto, como podemos observar acima, os Espíritos que encarnam em corpo humano já tem superioridade moral e intelectual perante outras espécies. Portanto fica notório que já temos uma certa noção do caminho a ser traçado para a nossa encarnação. Já possuímos uma capacidade moral e intelectual para isso. Ainda que bem simples ou rudimentares, nas primeiras encarnações.

Isso se vê nas explicações dadas pelo Racionalismo Cristão, de que a partícula da Força, individualizada, processa sua evolução nos reinos mineral, vegetal e animal e quando atinge um certo grau evolutivo, passa a encarnar em corpo humano, recebendo portanto essa partícula de força, o nome de Espírito.

Como foi bem dito pelo medico brasileiro Antônio Pinheiro Guedes, em sua obra Ciência Espirita, no capitulo Espiritologia, pagina 20:
  • Sabe-se hoje; e isso é racional, cala na consciência, sente-se que deve ser assim: é o próprio espírito quem escolhe, após demorado estudo na vida espírita — durante a desencarnação — e busca, segundo suas necessidades — de ordem moral e intelectual —, o país, a sociedade, a família, os seus genitores, tudo enfim quanto deva e possa concorrer para o seu progresso.

Então penso que seria mais fácil de entender e ate aceitar o fato de que se dois espíritos, numa determinada encarnação, forem inimigos ao ponto de cometerem um contra o outro as piores atrocidades, talvez na próxima encarnação não queiram reencarnar num mesmo lar ou até mesmo num mesmo país. Mas a medida que vão ganhando conhecimento, que vão aprimorando seu intelecto e adquirindo mais qualidades morais, sentem-se a necessidade de desatarem as divergências, que os impedem de alcançarem um maior progresso espiritual.

E se o espírito busca mais luz, almeja o esclarecimento, não seria mais compreensível, que ele, longe das influencias materializadas de mundos encantatórios, como é o planeta terra, queira o quanto antes livrar-se das desavenças? Não seria mais fácil de entender a frase “conquistou por méritos próprios”, do que aceitar uma imposição de espíritos do Astral Superior?

Mas por analogia, também compreendo perfeitamente, que nas primeiras encarnações como espírito, este ainda bruto, animalizado, irá precisar sim de mais orientações de espíritos superiores, como a criança que vai à escola pela primeira vez. Daí concluo que esses espíritos noviços, após encarnados, como tem um baixo desenvolvimento das suas qualidades morais e intelectuais, acabam-se guiando mais por meio de seus instintos animalizados ou de suas faculdades mediúnicas, do que por seus atributos morais, seu intelecto e sua razão.


segunda-feira, 11 de julho de 2011

Encarnação: escolha ou imposição?

Dúvida surgida numa sala de bate-papo uol.

Aos Espíritos “inimigos” são impostos a encarnar numa mesma família e quem sabe ao mesmo tempo como nos casos de gêmeos siameses?

De acordo com os princípios explanados pelo Racionalismo Cristão, a encarnação parte da escolha do próprio espírito, que o faz através de seu mundo de estágio, que é seu mundo peculiar aos seu estágio evolutivo, conservando portanto o seu livre-arbítrio.

Mas numa conversa travada com um amigo interlocutor, esta encarnação seria uma imposição dos Espíritos Superiores, já que os espíritos que irão encarnar e sendo inimigos, não iriam portanto querer encarnar em um mesmo lar. E alegou algumas situações em que o livre-arbítrio, pode ser temporariamente cortado. Quanto à alguns fatos, que este amigo expôs, de que em alguns casos o livre-arbítrio pode ser restringido, estamos de comum acordo.

Então fui buscar na biblioteca kardequiana algumas informações que corroborem com os princípios explanados pelo Racionalismo Cristão.
P: Que sucede à alma no instante da morte? ( L.E 76a Edição – cap. 3, p. 149)

R: Volta a ser Espírito, isto é, volve ao mundo dos Espíritos, donde se apartara momentaneamente.

Mundo dos Espíritos, neste caso aqui dá a conotação de ser todo o universo, após os desencarnes dos mundos físicos. Para muitos, dá a entender de que este mundo seria apenas o mundo fluídico do próprio planeta terra, ou as “colonias astrais” parecidas com este planeta terra, sendo como uma espécie de cópia deste.

Mas prefiro acreditar que esta referencia que se diz dos “Mundos dos Espíritos” como sendo seus mundos de estágios ou mundos próprios. E chego a esta conclusão baseando-me no seguinte trecho:

P 84: Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora daqueles que vemos? ( L.E 76a Edição – Parte 2, cap. 1, p. 82)

R: “Sim, o mudo dos Espíritos, ou das inteligências incorpóreas”

P 85: Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corpóreo, é o principal, na ordem das coisas?

R: “ O mundo espírita, que preexiste e sobrevive a tudo”

Podemos concluir que o espirito elabora sua encarnação em seu mundo de estágio, onde livre de influencias terrenas e com uma maior visão do seu quadro psíquico, tem condições de escolher e determinar a melhor forma de processar sua evolução. O espirito em seu mundo de estagio, sabe da sua condição de espirito, é conhecedor da lei da reencarnação e sabe portanto que se quiser adiantar o seu processo evolutivo (o qual almeja muito) terá que enfrentar situações adversas, próprias deste mundo. E quanto maior for essas situações adversas, mais rápido se processará sua evolução espiritual.

Esses conhecimentos poderão até ser passados por Espíritos Superiores dos quais podem também estimular esses espíritos a encarnarem em situações precárias, mais propicias para a sua evolução. Mas não vejo isso como uma forma de imposição por parte dos Espíritos Superiores.



terça-feira, 28 de junho de 2011

O que é Espiritismo?

Esta definição tem causado enorme confusão para muita gente. Alguns inclusive intentam como que apoderar-se do uso restrito da palavra Espiritismo. Muitos pensam que foi uma definição feita por Allan Kardec, como vemos no texto a seguir extraído do site espirito.org.br:

O termo "Espiritismo" é sinônimo de Doutrina Espírita, porém, frequentemente, é utilizado erroneamente para designar qualquer prática do mediunismo (comunicação com os Espíritos), ou confundido com cultos afro-brasileiros (Umbanda, Candomblé, entre outros).
O Espiritismo é uma doutrina que trata da natureza, da origem e do destino dos Espíritos e de suas relações com a vida material. Foi revelada por Espíritos Superiores e codificada (organizada) em 1857 por um professor francês conhecido como Allan Kardec.
Surgiu, pois, na França, há mais de um século. Traz em si três faces: filosofia, ciência e religião (moral).
Os adeptos da Doutrina Espírita são os espíritas e suas práticas se baseiam no estudo das obras básicas da Codificação e na assistência material e espiritual aos necessitados
.

Deixando bem clara a ideia que só é espirita quem segue a linha filosófica kardequiana ou doutrina kardecista. Quando na verdade sabemos que não é bem assim e alguns chegam a ficar comovidos quando descobrem que Kardec não criou o termo Espiritismo e sim, muito provavelmente, tomou emprestado de espíritas norte-americanos. Como foi o que ocorreu com Leonardo Montes, administrador do site comkardec.com. Clique aqui para ler o que ele escreve sobre A Origem do termo Espiritismo.

Então agora que sabemos que não foi Kardec o criador do termo Espiritismo e sim que autores norte-americanos nos anos de 1853 (Hiram Mattison, Spirit Rapping Unveiled) e também em 1854 (Leonard Marsh, The Apocatastasis or Progress Backwards) já utilizavam o termo Espírita e Espiritismo, trataremos então de esclarecer quem é e quem não é espirita. Para isso iremos recorrer a uma frase dita pelo diretor da FEB, Antônio César Perri de Carvalho, onde diz que ser espirita “é ser cristão e se dominar no dia a dia, para que melhorem e dominem suas más inclinações” e complementa ele “aceitando a imortalidade da alma, a comunicabilidade dos espíritos, a identificação deles e também a reencarnação”, como podem observar na entrevista dada no programa Ana Maria Braga. Uma boa definição na nossa maneira de pensar.

Portanto, todo aquele que acredita num plano espiritual, numa alma e num Ser Superior (Grande Foco ou Deus) são Espiritualistas. Espiritualismo é o termo geral, abrangente. Todo espírita é um espiritualista. E espiritas portanto são os que acreditam na imortalidade da alma e na sua trajetória evolutiva através de múltiplas encarnações. Portanto um indiano pode ser espírita e o mesmo se dá com um africano. Ser espírita não é exclusividade de franceses ou de brasileiros.

Espiritismo está ao alcance de todos, basta querer estudar. Os fenômenos apresentados são os mesmos, porém suas análises e interpretações é que são diferentes. Daí observamos várias doutrinas e cultos espíritas diferentes umas das outras, tais como: kardecista, roustainguista, rosa cruzes, umbanda, candomblé e outras tantas, ambas religiosas e místicas. E também há o Espiritismo Racional e Científico Cristão, fundado por Luiz de Mattos e Luiz Alves Thomaz em 1910, que trás novas observações desprovidas de qualquer misticismo ou religiosidade.